Em algumas décadas, talvez, a Lua será obsoleta; e os
amantes já não saberão apreciar a mutação das nuvens
e o cantar do grilo em noite de lua cheia. O amor se
derramará no vazio e não haverá passos delicados
sobre a relva, nem suspiros ao leve toque da brisa.
Quando nos cansarmos da paisagem, não fecharemos
os olhos: desligaremos a TV. E nossa alma poderá ser
enrolada como um tapete gasto a atirada ao fundo do
armário. De que nos servirá a alma quando já não
tivermos olhos para a dança das nuvens e da Lua
numa noite de primavera?
amantes já não saberão apreciar a mutação das nuvens
e o cantar do grilo em noite de lua cheia. O amor se
derramará no vazio e não haverá passos delicados
sobre a relva, nem suspiros ao leve toque da brisa.
Quando nos cansarmos da paisagem, não fecharemos
os olhos: desligaremos a TV. E nossa alma poderá ser
enrolada como um tapete gasto a atirada ao fundo do
armário. De que nos servirá a alma quando já não
tivermos olhos para a dança das nuvens e da Lua
numa noite de primavera?
(Eduardo A. da Costa)
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