O que é preciso é entender a solidão!
O que é preciso é aceitar, mesmo,
a onda amarga que leva os mortos.
O que é preciso é esperar pela estrela
que ainda não está completa.
O que é preciso é que os olhos
sejam cristal sem névoa,
e os lábios de ouro puro.
O que é preciso é que a alma vá e venha;
e ouça a notícia do tempo,
e Entre os assombros da vida e da morte,
estenda suas diáfanas asas,
isenta por igual, de desejo e de desespero.
Cecília Meireles, in 'Poemas (1954)'
Nenhum comentário:
Postar um comentário