Rosto ao vento
Barulho e silêncio
leve porcelana
templo submerso
trigo e vinho
tristeza de coisa vivida
árvores já floresceram
o sal trazido pelo vento
conhecimento por encantação
esqueleto de idéias
ora pro nobis
Decompor a luz
mistério de estrelas
paixão pela exatidão
caça aos vagalumes.
Vagalume é como orvalho
Diálogos que disfarçam conflitos por explodir
Ela pode ser venenosa como às vezes o cogumelo é.
No obscuro erotismo de vida cheia
nodosas raízes.
Missa negra, feiticeiros.
Na proximidade de fontes,
lagos e cachoeiras
braços e pernas e olhos,
todos mortos se misturam e clamam por vida.
Sinto a falta dele
como se me faltasse um dente na frente:
excrucitante.
Que medo alegre,
o de te esperar.
(Clarice Lispector)
(Clarice Lispector)
Nem acreditei que foi Clarice quem escreveu.
ResponderExcluirui.
Fatos tão comuns não pontuados
abisba-me, os 'por entre' palavras (!)
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir...sempre bom um novo verbo, cara fada verbandante..."abisbir-mo-eu" :) ...
ResponderExcluir...tres sentidos num só poema...