Imagem: Jacek Yerka
Simultaneamente procurar o centro
fixo sobre as árvores abençoadas sem folhas.
sinal do nada circundante.
Os ramos de árvores despidos que nos lembram
o nada. Sobretudo na fase de exaltação
do espírito. Com a cabeça encostada
aos vidros altos.
Simultaneamente procurar o centro
da irradiação. O Sol matinal com os seus hiatos
preenchidos por casas. Ameias onde se
invertem os vértices do horizonte.
Sol magnânimo
fixo sobre as árvores abençoadas sem folhas.
Infinitos pormenores visíveis e
espaços audíveis preenchem a hora exaltada.
Ponto profusamente cheio.
Um fino silêncio exterior
sinal do nada circundante.
Graveto junto de graveto cruzados
para além do fim da perspectiva.
Um significado diverso
naquelas ameias em outros planos.
O nada sempre coeso.
Uma respiração intangível
e sem sombras.
Fiama Hasse Pais Brandão, in "Nova Natureza"
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