Faz muito tempo que não recorro a isso: letras, palavras, sentidos escritos.
Dentro de um ônibus, sentada sozinha,
pernas em posição asas de borboletas.
A cabeça aperta e manda impulsos eletricamente circundados,
agonizados, gritantes, para o peito,
fazendo com que o coração palpite e serpenteie desenfreado,
não entendido.
Isolada, escuta sons de um filme ‘normal’ que chegou ao seu fim,
as luzes permanecem apagadas,
a visão periférica lhe permite ver tênnises vermelhos balançando,
se arrumando, deitado.
A cabeça inerte, o que se move são os dedos,
a mão e o caderno.
O crânio pregado,
concentrado no relato possivelmente existido por acontecer aqui.
Muito tempo e espaço a separaram
da inspiração libertada ressonante explicitada, pesada.
Algum fator temporal a afetou, certamente isso;
aspectos naturais voantes,
a lua atinge sua casa cheia mostrando seus dois lados,
simulando sentimentos convicções e vontades dela.
Por mais que o tempo tenha separado ela da criação,
este, não foi e nem é o suficiente para que ela suma de vez.
Só está vivendo sua essência em si mesma,
nada externo a transforma mais.
A pureza, uma só, apenas está se conhecendo em outra fase,
Sentindo o sabor de suas cores, tateando do que é feita,
suas formas, seus pensamentos excretados
que vêem de uma personalidade escondida,
e nem muito usada, mas que agora está sendo encontrada
e lembrada por ela mesma, outra tentativa,
de novo e mais uma vez.
O que prendia fortemente seu cérebro,
agora fica leve, por causa de o labirinto
estar com suas águas um pouco balançantes, dançadas.
Até agora ela não tirou os olhos daqui,
talvez levante e ela suma de novo.
O poder do cheiro de livros velhos
pode ter desencadeado esse turbilhão letrístico,
tortamente expressado por balançar muito aqui.
A temperatura é tentada a permanecer a mesma entre mãos e rosto,
porém as águas dançarinas labirintianas não ajudam.
-Ela não consegue pensar num final, e logo pára.
...seus escritos são sempre muito bem vindos dona Fada...
ResponderExcluir...ótimos dias voantes... =)