Todo amor é amor a alguma coisa, que se deseja e que nos falta. O amor não é completude, mas incompletude. Não fusão, mas busca. O amor é desejo, e desejo é falta. Mas só há desejo se a falta é percebida. E só há amor se o desejo se polariza sobre determinado objeto. Comer porque se tem fome é uma coisa, gostar do que se come, ou comer do que se gosta, é outra coisa. Desejar uma mulher, qualquer uma, é uma coisa. Desejar " esta mulher", é outra. Estaríamos apaixonados, no entanto, se desejássemos, de uma maneira ou de outra, aquele ou aquela que amamos? Sem dúvida não. Se nem todo desejo é amor, todo amor é desejo.
André Comte Sponville
Parabéns pela escolha Breisi. Sponville, enquadrado como um filósofo materialista e até reducionista, por guiar-se pela lógica palpável, em alguns momentos transcende seus rótulos e mostra-se quase um poeta empírico.
ResponderExcluirUm abraço.
Milton Medeiros.
Grata pelo comentário.
ResponderExcluirAbraço.