Foto: Guy Bourdim
Aspiro a um repouso absoluto e a uma noite contínua. Poeta das loucas voluptuosidades do vinho e do ópio,
não tenho outra sede a não ser a de um licor
desconhecido na Terra e que nem mesmo
a farmacopeia celeste poderia proporcionar-me;
um licor que não é feito nem de vitalidade,
nem de morte, nem de excitação, nem de nada.
Nada saber, nada ensinar, nada querer, nada sentir,
dormir e sempre dormir, tal é actualmente a minha única aspiração.
Aspiração infame e desanimadora, porém sincera.
Charles Baudelaire, in "Projectos de prólogos para «Flores do Mal»"
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