justamente quando o sono é mais profundo
E o silêncio mais amplo.
Rodam as portas e suspiramos subitamente.
Chegam os anjos com suas músicas douradas,
a túnica cheia de aragens celestes e cantam
na sua fluída linguagem ininteligível.
Vê os anjos abrir os portões da alta noite.
E compreendemos que não há mais tempo,
que esta é a última visão, e que as nossas mãos
se levantam para os adeuses, e os nossos pés
se desprendem da terra, para o vôo anunciado
e sonhado desde o princípio dos nascimentos.
Os anjos nos estendem seus convites divinos.
E sonhamos que já não sonhamos.(Cecília Meireles)
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