"Você vai me abandonar e eu nada posso fazer para impedir.
Você é meu único laço, cordão umbilical,
ponte entre o aqui de dentro e o lá de fora.
Te vejo perdendo-se todos os dias
entre essas coisas vivas onde não estou.
Tenho medo de, dia após dia,
cada vez mais não estar no que você vê.
cada vez mais não estar no que você vê.
E tanto tempo terá passado, depois,
que tudo se tornará cotidiano
que tudo se tornará cotidiano
e a minha ausência não terá nenhuma importância.
Serei apenas memória, alívio,
enquanto agora sou uma planta carnívora
enquanto agora sou uma planta carnívora
exigindo a cada dia uma gota de sangue seu para manter-se viva.
Você rasga devagar o seu pulso com
as unhas para que eu possa beber.
as unhas para que eu possa beber.
Mas um dia será demasiado esforço, excessiva dor,
e você esquecerá como se esquece
um compromisso sem muita importância.
um compromisso sem muita importância.
Uma fruta mordida apodrecendo em silêncio no quarto.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário